Extraído de: Revista Zum-Zum outubro/ dezembro-2007

As abelhas, como já vimos anteriormente utilizam a própolis para assegurar as condições ambientais necessárias à sobrevivência do enxame dentro da colméia. Se alterarmos estes padrões ambientais, as abelhas processarão tanta própolis quanto necessária para retornar às suas condições ambientais desejáveis. Normalmente, uma colméia produz de 50 a 400g de própolis por ano, podendo produzir até 1kg, em colméias rústicas. As maiores quantidades de própolis são produzidas durante o inverno, no entanto esta não é uma época apropriada para a sua retirada, pois as abelhas ficariam desprotegidas tanto do frio, quando dos ataques de inimigos. A melhor ocasião para a coleta seria nas épocas de temperaturas mais elevadas, quando, sem causar danos, é possível coletar grandes quantidades do produto e induzir as abelhas a produzir mais.

Para incrementar a produção é necessário forçar as abelhas a coletar mais: um método muito comum e facilmente aplicável é o uso de uma tela com malha não maior que 2mm. Esta tela é cortada no tamanho exato da colméia, ou seja 41cm x 50,5 cm e é coocada sobre os quadros da última melgueira ou do ninho, embaixo da tampa, que poderá ser erguida com um pequeno calço de 1 x 1,5 cm. Após algumas semanas esta tela estará impregnada de própolis.

Alguns apicultores colocam outras telas também entre o fundo e o ninho, entre o ninho e a melgueira, permitindo a passagem das abelhas somente pelas laterais; neste caso a tela deve ser recortada em menor tamanho. Em cada tela é possível coletar mais ou menos 100g de própolis por vez, num período de 60 dias. Como a própolis é uma resina pegajosa, as telas, ao serem retiradas da colméia, ainda no apiário, devem ser enroladas, amarradas e colocadas em sacos plásticos, para que durante o transporte não tenham contato com a poeira, umidade e outras impurezas. As telas assim amarradas devem ser colocadas no congelador (freezer) por 24 hs no mínimo. Feito isso, em uma superfície lisa e limpa, abrir as telas e facilmente soltar a própolis com fricção, deixando a tela em condições de novamente ser utilizada na colméia.

Em qualquer um dos métodos, no entanto, o apicultor deve tomar certas medidas convenientes para garantir as valiosas propriedades da própolis e facilitar a coleta:

a)      Em todas as revisões retirar toda a própolis de todos os componentes da colméia: quadros, tampas, etc;

b)      A coleta e a raspagem são mais facilmente efetuadas em temperaturas mais baixas, pois em tempo quente a resina aglutina-se e torna-se pegajosa;

c)      Tomar muito cuidado na raspagem da própolis em colméias pintadas, evitando que a tinta seja retirada junto;

d)     Separar logo após a raspagem da própolis todas as impurezas: abelhas, pedaços de madeira, partículas de cera, insetos mumificados, larvas mortas, etc;

e)      Não comprimir ou embolar (fazer uma pelota) com a própolis fresca;

f)       Não submeter a própolis ao aquecimento, nem expor ao sol partes das colméias: quadros, tampas propolisadas, etc;

g)      Fazer a retirada da própolis antes de qualquer tratamento com fumigantes, por exemplo: ácido acético;

h)      Evitar contato com água e outros líquidos;

i)        Não misturar própolis das diversas partes da colméia.

Métodos para a produção

a)      Deixar o alvado totalmente aberto, sem redutor. As abelhas automaticamente farão uma cortina de própolis para se proteger. De tempos em tempos, esta poderá ser retirada, para que elas novamente a produzam;

b)      Intercalar um caço de 1,5cm, entre a tampa e a caixa, deixando uma abertura para as abelhas preencherem com própolis;

c)      Fazer aberturas de 3cm, no fundo da melgueira, e coletar própolis sempre que a fresta estiver propolizada;

d)     Raspar toda a própolis presente na tampa, quadros e demais partes da colméia toda vez que fizer revisões;

e)      Usar telas produtoras de própolis.